domingo, julho 24, 2005

In Aracne, António Franco Alexandre

"...fiz-me aranhiço,
tão leve que uma leve brisa o faz
oscilar no seu fio de baba lisa.
Até que, contra a lei da natureza,
creio que tenho peso negativo,
e que me elevo no ar se me não prendo
ao canto mais escuro desta ilha."

terça-feira, julho 19, 2005

O tempo

Estava aqui tentando escrever algo,
mas fiquei bloqueada nos meus pensamentos.
O tempo corre rápido
como o rio para o mar....
...esse mar que anseio,
esse mar que tem um segredo
e que é só meu!!
Tenho saudades
de quem tem saudades minhas.
Adoro estar onde estou
e com quem estou,
mas faz-me falta a rotina,
o sítio do costume,
o porto de abrigo, a praia, os cafés,
os encontros e desencontros,
os amigos e os amantes,
os sítios de preferência e os sítios de passagem.
Faz-me falta esse ar que respiro intimamente.
Quando o silêncio domina a área,
é quando dou por mim
a divagar nos meus pensamentos......
e vejam, escrevi algo!!
Agora vou aproveitar enquanto cá estou!
Asta...

sábado, julho 16, 2005

BOLA DE PAPEL

Estava eu
Descendo em plena calçada
Destas ruas ainda sonolentas
De uma noite bem passada.
Ao virar a esquina,
Dei por mim a tropeçar
Num bola de papel.
Debrucei-me e agarrei-a.
Ainda estava fria e machucada.
Ao colocá-la na palma da minha mão,
Abri-a.
E ao ler as poucas palavras
Que lá saltitavam, vi-me obrigada
A sentar-me num muro ali próximo.
Tão poucas palavras, mas tão belas.
Li e sorri.
Reli e deixei cair uma lágrima.
E ao ler pela última vez,
Soletrei cada letra num tom
Que é só meu:
“Se estas palavras ainda não chegaram até ti,
é porque adormeci nesta calçada.
Se já não estiver aqui,
Que estas palavras voem até onde tu estiveres,
Amo-te!”

segunda-feira, julho 11, 2005

Deve de haver um sítio

Deve de haver um sítio...
Um sítio sem nome
Ou com um nome tão perfeito
Que ninguém saberá soletrar
Tão perfeitas letras.
Um sítio onde os sorrisos prevalecem
Numa eternidade quase que perfeita.
Um sítio onde te percebo
E onde me perecebes.
...Onde todos se percebem, quem sabe!
Sítio esse, onde os olhares
Dizem tudo
E onde as palavras
Nos acariciam, nos tocam.
Um sítio não muito distante,
Onde somos rodeados
Pelo mar, pelas árvores e pelas flores.
Esse sítio,
Jamais poderá ser decalcado
Para uma tela.
Não existirá cores que a pinte.

Haverá esse sítio??
Estará na consciência de cada um???

Esse sítio existe....
Ou existirá... algum dia!

sábado, julho 09, 2005


Estrada para a Lua ... (photo & digital effects by natalie) Posted by Picasa

segunda-feira, julho 04, 2005

Tristeza versus Alegria

Não,
Não são duas horas, trinta minutos nem um ano...
Dura uma eternidade
Esta minha saudade
Que me sufoca,
Que me tira da seriedade
Quase inexistente.
Quero largar esta dor,
Que já é dorzinha...
....mas quero largá-la
nesse mundo onde as tristezas cantam
para quem as quer ouvir. Eu não!!
Vou fazer malabarismo,
Vou brincar com a nostalgia,
Incendiá-la e faze-la desaparecer.

No outro lado voa a alegria
Que eu agarro e guardo
No meu bolso de viver.
Anda sempre comigo
E bem guardada.
Transmito-a aos outros e vice-versa.
Enquanto que esta alegria
Está bem presa a mim,
A tristeza está pendurado num
Fio tão ténue, tão fraco.
E não,
Não são duas horas, trinta dias nem um ano...
Esta alegria
Durará a minha eternidade.
Que assim seja para sempre.