segunda-feira, junho 13, 2005

Uma música, um estado de espírito...

Chuva, de Mariza
(Jorge Fernando)

´As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir
São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder
Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer
A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera
Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera
A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro

Trazendo a saudade`

domingo, junho 05, 2005

Códigos

Descanso agora o meu olhar
Sob um céu incrivelmente estrelado.
Vénus cumprimenta-me
Com um piscar de luz afogueado,
E nesta minha insónia eu sorrio.
Ao seu lado, outras estrelas faíscam
Como se quisessem
Contar-me um segredo
Que eu tentarei desvendar.
Um segredo que me confundirá
E que encherá esta minha cabeça
Num conjunto de códigos indecifráveis
Ou talvez, somente,fantasiáveis.
Vou acreditar nesse segredo
E guardá-lo na minha arca.
Irá afligir a minha alma
Mas seguirá comigo
Nestes meus percursos
Guiados pelo sussurro do vento
Que me bate na face.
Vou estimá-lo
Com o amor táctil destas minhas mãos
Que agora seguram esta cabeça
Meia perdida.
Entretanto, descansarei nesta tentativa de paz
E saudarei Vénus e os outros astros
Que enchem de cor esta noite escura
Com um porte glorioso,
Mas humilde.
Tentarei decifrar seus códigos
E assim, por enquanto, ficarei.
Alegre e por vezes desorientada
Resultante do levantar,
Como se poeira,
De brincadeiras
E de sentimentos inexplicáveis
Que interiorizam nesta alma
E que são os mais verdadeiros
Que alguém pode sentir.