O sol desaparecera.
A noite virá mais cedo
Que o costume.
Tornou-se mais um hábito.
Penso que perdi meu coração,
Perdi-o algures neste breu.
Vejo semblantes felizes ao meu redor,
Enamorados, defeituosos, traiçoeiros.
Mas nenhum que não seja imperfeito.
Já não sei o que é apaixonar-me…
…há muito tempo que não o sei.
São olhares tentadores
Que deixo passar ao lado.
São sentimentos que não deixo
Que se cravem em mim.
É este tipo de amor,
Este mesmo, não outro,
Que tornou o meu coração gélido.
Como aquele iceberg
Que afundou a esperança
Antes de ter tocado o horizonte.
A verdade
É que a liberdade
Tomou conta de mim,
Atulhando esta exigência
Tantos outros trilhos.
Tenho o receio de me ancorar,
Desassossego louco esse.
Por mais sublime que pinte o céu,
Há sempre aquela estrela que não vejo.
Passou-me ao lado mais uma vez,
E eu não quis saber…
Pode ser que ainda não o vi,
Aquele amor que todos desejam.
Se calhar nem existe…
Entretanto, vou gracejando
Aos que me sorriem
Que perdi meu coração algures.
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poema [finalmente, hum...?!]
e imagem de natalie