Acordei numa manhã soberba
E a calma pairava no ar.
A janela estava meia aberta
E o vento trazia o cheiro a maresia.
Lá fora as ondas enrolavam-se lentamente na areia
E uma nuvem negra passava ao lado,
Seguindo outro destino.
O céu ficou só em tons de azul
Como se pintado por guaches.
E o sol ia aparecendo e aquecendo o ar.
Ao encostar a janela,
O silêncio apoderou-se de mim.
A calma transformou-se em desassossego
E o cheiro a maresia desaparecera por completo.
O bater das ondas soavam com mais violência
E a nuvem negra regressara para esconder o sol.
O céu escureceu e o ar ficou pesado.
Lembrei-me o quanto me fazes falta!
E esta tempestade que vem a caminho
Retrata o meu rosto e a minha alma quando não estás.
De repente a chuva começa a cair aos poucos,
Como se fossem as minhas lágrimas.
Anseio por te ver de novo a sorrir e assim,
Voltarei a acordar numa manhã soberba.
Irei abrir a janela
E o cheiro a maresia regressará com o vento.
Desta vez fecharei os olhos e não hei-de
Olhar para a nuvem negra.
Passará na minha cabeça a imagem do teu sorriso,
Tão alegre e tão sereno.
E quando abrir os olhos,
O sol continuará a lá estar.
3 comentários:
Conjugar de forma poética os elementos da natureza com o nosso sentir, promove a nossa inserção na harmonia do Universo, relegando-nos às nossas origens. Gostei muito de descobrir este teu espaço singelo e muito bonito. Continua. Bjinhos
Sinto uma bela atmosfera nestes versos...
Não sei se é normal uma pessoa tentar "encaixar" um poema ou algum texto ao que sente no momento em que o lê...mas o certo é que isso acontece-me.
É como se fizesse parte de um sonho que tenho\tive.
Continua...adorei!
sabe sempre bem encontrar pessoas interessantes, por aqui...
Gosto, francamente, da forma como escreves.
Tem uma boa noite.
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