Estava eu
Descendo em plena calçada
Destas ruas ainda sonolentas
De uma noite bem passada.
Ao virar a esquina,
Dei por mim a tropeçar
Num bola de papel.
Debrucei-me e agarrei-a.
Ainda estava fria e machucada.
Ao colocá-la na palma da minha mão,
Abri-a.
E ao ler as poucas palavras
Que lá saltitavam, vi-me obrigada
A sentar-me num muro ali próximo.
Tão poucas palavras, mas tão belas.
Li e sorri.
Reli e deixei cair uma lágrima.
E ao ler pela última vez,
Soletrei cada letra num tom
Que é só meu:
“Se estas palavras ainda não chegaram até ti,
é porque adormeci nesta calçada.
Se já não estiver aqui,
Que estas palavras voem até onde tu estiveres,
Amo-te!”
1 comentário:
Não é para menos... estou toda arrepiada, confesso.
***azuis
Enviar um comentário